O Ministério do Ambiente e Energia está instalado no antigo Palácio dos Viscondes de Lançada, edifício de origem setecentista, paredes meias com o Palácio dos Carvalhos, onde em 1699 nasceu o Marquês de Pombal.
No século XIX, o Palácio dos Viscondes de Lançada era conhecido pelas famosas “conferências” e soirées da Lisboa romântica frequentadas por políticos e intelectuais como Almeida Garrett, Júlio de Castilho, Bulhão Pato, Fontes Pereira de Melo, José Estêvão e Rodrigo da Fonseca.
Em 1880, com a instalação do jornal “O Século”, o Palácio viu alterada a sua funcionalidade. Recebe então inúmeras alterações, embora o corpo central e a entrada principal conservem ainda as características monumentais setecentistas, tendo-se igualmente mantido a escadaria interior, em mármore, e alguns silhares de azulejos.
A partir de 1905 são adicionados três pisos ao edifício, destinados ao Bairro Operário de “O Século”, ocupando ainda parte do que fora a quinta dos Viscondes de Lançada, com entrada pelo n.º 59 do imóvel. Por esta altura é igualmente anexada uma parte do contíguo Palácio dos Carvalhos, reconstruída para receber oficinas, escritórios e uma redação belle époque – salão amplo e de pé-direito duplo, ritmado por graciosos colunelos em ferro, altos e finos, com capiteis trabalhados, e mobilada com balcões em madeira, cristais e latões dourados, cujo acesso se faz por uma porta rotativa. Na fachada ressalta a ampla utilização do ferro forjado e do vidro, em janelões com guardas de ferro policromado (em vermelhão) típicas da arquitetura da época e que vazam por inteiro os dois andares intermédios.
Para além do valor patrimonial, como interessante exemplar da arquitetura do ferro e do ecletismo, parte da relevância deste imóvel prende-se com a própria história da imprensa em Portugal, razão pela qual as antigas instalações do jornal “O Século” estão classificadas como imóvel de interesse público.
Última Actualização em 14 de Maio, 2024